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10 agosto 2013

Ocupação desordenada nas encostas de N. Friburgo [riscos]...


Maior risco para os friburguenses é a ocupação desordenada de encostas 

A cidade mais afetada na tragédia climática de 2011 que provocou a morte de 430 pessoas e prejuízos imensuráveis, Nova Friburgo ainda convive com as marcas da destruição, notadamente nas encostas e vales. Esta semana, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) — em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e a Fiocruz Minas — desenvolveram o Mapa de Vulnerabilidade da População dos municípios do estado do Rio de Janeiro frente às mudanças climáticas nos próximos 30 anos colocou Nova Friburgo na oitava colocação. Entre os critérios aferidos no ranking, o maior risco para os friburguenses continua sendo a ocupação desordenada das encostas, suscetíveis a novos deslizamentos.

O Índice de Vulnerabilidade da População classifica os municípios numa escala de zero a um. Quanto mais próximo de um, maiores as chances de eles serem afetados pelas mudanças climáticas provocadas principalmente pela liberação de gases do efeito estufa na atmosfera do planeta. Neste critério, Nova Friburgo tem um risco de 0,77, segundo a Fiocruz.

O Rio de Janeiro e Magé, ambas com o grau máximo na escala de zero a um, são os municípios apontados na pesquisa com maior vulnerabilidade entre os 92 municípios do Estado do Rio. Os outros municípios com maior vulnerabilidade do que Nova Friburgo são Angra dos Reis (0,97), Campos (0,97), Duque Caxias (0,86), Nova Iguaçu (0,84) e Parati (0,82). Silva Jardim (0,74) e São Francisco do Itabapoana (0,73) completam a lista dos dez municípios com maior vulnerabilidade. 


Objetivo da pesquisa é orientar políticas públicas

O aumento da intensidade dos eventos climáticos, como as tempestades tropicais, as secas ou as ondas de calor, é um dos indícios das mudanças do clima sentidas em diversas partes do planeta. Segundo especialistas, se a liberação de gases do efeito estufa na atmosfera, como o gás carbônico, permanecer de forma continuada, o cenário mundial tende a ser agravado. No estado do Rio de Janeiro, estas alterações climáticas podem ser observadas, dentre outros aspectos, na elevação da ocorrência de catástrofes naturais, como as chuvas mais intensas — que resultam em inundações, alagamentos e deslizamentos — além de problemas de saúde da população, tais como o crescimento do número de casos de dengue e leptospirose, bem como o número de mortes ocasionadas pela intensificação destas chuvas. Especialistas da Fiocruz destacam a importância do estudo para a orientação de políticas públicas, a fim de apoiar as decisões estratégicas de adaptação aos efeitos projetados das mudanças do clima.

Atentos a essa realidade, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e a Fiocruz Minas, desenvolveram o Mapa de vulnerabilidade da população dos municípios do estado do Rio de Janeiro frente às mudanças climáticas. A iniciativa, que teve seus resultados anunciados na manhã desta quinta-feira, 8, tem como objetivo indicar a exposição dos municípios do Rio de Janeiro às mudanças climáticas previstas para os próximos 30 anos.

De acordo com a coordenadora geral do projeto e pesquisadora em clima do IOC, Martha Barata, o mapa foi estabelecido a partir do Índice de Vulnerabilidade Municipal (IVM) às mudanças do clima. 

"Este índice é resultado da agregação do Índice de Cenários Climáticos (ICC/RJ) e do Índice de Vulnerabilidade Geral (IVG), formados por componentes de saúde, ambiental e social, como, por exemplo, o número de doenças infecciosas influenciadas pelo clima, as características de cobertura vegetal e da fauna, além do acesso a trabalho, habitação e renda”, explica. 

Os índices são apresentados em uma escala que varia de zero (0) a um (1), atribuídos aos municípios com menor ou maior vulnerabilidade, respectivamente. A pesquisa considera os impactos das mudanças climáticas nas áreas social, da saúde e ambiental classificando os municípios quanto ao grau de atenção que terá que ser dado frente às esperadas alterações no clima do planeta.

 

Fonte: Jornal A Voz da Serra de 10/8/2013 - adaptado para as aulas de Biologia - Prof. João Angelo.

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