REVISTA ELETRÔNICA de EDUCAÇÃO & SAÚDE.

REVISTA ELETRÔNICA de EDUCAÇÃO & SAÚDE (ano XLI) 2024 ou 5785
Criação e realização do biólogo e professor JOÃO ANGELO MARTIGNONI TEIXEIRA
Orientação e configuração do engenheiro e professor EVERARD LUCAS CARDOSO

22 agosto 2013

CAMISA DE VÊNUS ou PRESERVATIVO (masculino, feminino e para adolescentes):

Como dissemos em aula recentemente, muitos fatos científicos surgiram na mitologia grega, e novamente nossa explicação sobre a camisinha começa por aqui: o rei Minos (na ilustração a esquerda), filho de Zeus e Europa, era casado com PasiphëMinos era um monarca famoso por seu "amor" pelas mulheres e suas inúmeras amantes. Sabendo disto, por obra de sua mulher Pasiphë, Minos passou a ejacular serpentes, escorpiões e lacraias, que matavam todas as mulheres que se "deitassem" com o soberano que ficou incapaz de procriar. Pasiphë era imune ao feitiço aplicado a Minos. O rei Minos, mais tarde, se apaixonou pela deusa Procris. Para evitar que a relação com Minos lhe trouxesse a morte, Procris introduziu em sua vagina uma bexiga de cabra, fazendo com que os monstros ficassem aprisionados dentro daquela bexiga e Minos voltou a poder ter filhos.
A origem da palavra condom (como o preservativo é conhecido em inglês) pode ter vindo dos seguintes fatos:
As Camisinhas foram usadas no séc. XVII para se evitar filhos bastardos (ilegítimos) nas cortes da Inglaterra e em outros lugares da Europa daquela época, a exemplo do rei Carlos II ou Charles II (*1630 +1685), fabricadas (pelo artesão) e sugeridas por um médico da corte (cujo nome real ficou omitido – dizem que era o alemão ou autríaco Xavier Swediaur (?!)) especialista em “doenças venéreas”, como ele era um “profissional bastante prestigiado”, ninguém duvidou de suas afirmações. Este doutor que não existiu na prática, foi “apelidado” de “doutor condom” (seu “nome” ou “apelido” seria uma transcrição do verbo latino condare, que significa “esconder” ou “proteger”).
A expressão brasileira (já com a nova ortografia) "camisa de Vênus", hoje fora de moda, é uma referência à Vênus, "deusa" romana do amor, do sexo e da beleza (ou Afrodite, para os gregos). Daí, foi popularizada como "camisinha".
A rivalidade entre a França e Inglaterra, também foi parar nos preservativos. Os franceses os chamaram de "capote anglaise" ("capote inglês"), na época em que usar camisinha era uma "frescura". Ofendidos, os ingleses contra-atacaram, criando a expressão "french disease" ("doença francesa") para se referir as doenças sexualmente transmissíveis. Na França, ainda hoje, capote é o nome mais usado para designar a camisinha.
Já em Portugal (e não é piada não...rs...rs...rs...), os preservativos são chamados de "durex", que é também o nome de uma grande empresa fabricante de preservativos por lá.
Nos cinemas, já foi exibido um filme alemão chamado "A Camisinha Assassina" ("Kondom des Grauens", de 1996). O cenário era em Nova York, e seus astros são preservativos com dentes afiados. Por trás das camisinhas assassinas há uma seita de lunáticos e cientistas malucos que querem acabar com os pervertidos da cidade. Os condons foram desenhados pelo célebre artista Giger, o mesmo criador do viscoso Alien, o Oitavo Passageiro.
Os chineses foram os criadores de uma das mais pioneiras versões do preservativo: envoltórios de papel de seda untados com óleo. Os japoneses também possuíam hábito semelhante aos chineses.
Desde 1850 a.C. os egípcios utilizavam métodos contraceptivos. As mulheres colocavam em suas vaginas uma série de produtos para bloquear ou matar os espermatozoides (sptz). Elas utilizavam fezes de crocodilos (por possuírem pH alcalino, tal qual os espermicidas modernos), gomas e uma mistura de mel e Bicarbonato de Sódio. Os homens utilizavam protetores para o pênis, confeccionados em linho ou a partir de tripas (intestinos ou cecos) de animais. Tais protetores, porém, não possuíam função contraceptiva: funcionavam como “estojos”. Eles protegiam o pênis contra galhos e picadas de insetos durante as caçadas.
Durante o século XVI a disseminação das doenças sexualmente transmissíveis assolava a Europa. Nessa época elas eram chamadas de "doenças venéreas", conforme dissemos em aula, recentemente, esse nome faz referência às sacerdotisas dos templos de Vênus, que exerciam a prostituição como forma de culto à "deusa" do Amor, do Sexo ou da Beleza. Foi quando o anatomista e cirurgião Gabrielle Fallopio confeccionou o que descreveu como uma "bainha de tecido leve, sob medida, para proteção das doenças venéreas". (sugestão: clique no índice em "cientistas" e estude sobre Gabriel Falópio)
Tratava-se de um forro de linho do tamanho do pênis e embebido em ervas. Ele a denominou "De Morbo Gallico", em um artigo escrito em 1564. Shakespeare denominou-a "luva de Vênus". No final do século XVI os preservativos de linho passaram a ser embebidos em soluções químicas e depois secados. Eram as precursoras dos espermicidas modernos.
A ilustração ao lado refere-se ao século XVII, quando o médico inglês conhecido como Dr. Condom, alarmado com o número de filhos ilegítimos do  rei da Inglaterra Carlos II (*1630 +1685), criou para o rei um protetor feito com tripa de animais. Como já foi dito acima, em inglês, camisinha é "condom", certamente em referência a esse médico.








Outro episódio que contribuiu para a difusão da camisinha: no final da Guerra da Sucessão Espanhola, líderes das principais nações europeias reuniram-se na cidade de Utrecht (1713-1714). Tal evento chamou para o local toda a sorte de donzelas, ávidas em proporcionar diversão aos congressistas e desejosas por conseguir algum dinheiro (traduzindo: "garotas de programa" daquela época...). Elas traziam consigo algo já bem conhecido da ciência europeia: "as doenças venéreas". Um criativo artesão local teve uma ideia: costurou na forma de uma bainha anatômica uma tripa (vísceras) de carneiro (ou ovelha) e obteve, assim, um preservativo.
O medo em relação às "doenças venéreas" tinha uma importante justificativa: os recursos terapêuticos eram muito pouco eficientes. Doenças como a sífilis (causadas pelo Treponema pallidum) eram praticamente incuráveis. A sífilis "foi a AIDS" daquela época. Indivíduos contaminados caminhavam para morte, sempre rodeados por todo o tipo de preconceito. A cura para a sífilis (a penicilina) foi obtida apenas na 2ª parte do século XX.
A expressão preservativo apareceu pela 1ª vez nos anúncios (propagandas) das casas de prostituição de Paris, em 1780, que dizia: "Nesta casa fabricam-se preservativos de alta segurança, bandagens e artigos de higiene". Ela foi logo substituída por uma expressão curiosa (já citada anteriormente): "redingote anglaise", que queria dizer "sobretudo inglês", o que equivaleria hoje ao termo "camisa de Vênus" ou "camisinha".
Em 1839, Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização da borracha (que consiste na transformação da borracha crua em uma estrutura elástica resistente), isso permitiu a confecção de preservativos de borracha, mas eram grossos, caros, por isso eles eram lavados e utilizados diversas vezes, até que a borracha arrebentasse.
A evolução surgiu com as camisinhas de látex, a partir de 1880. Em 1901, a primeira camisinha com reservatório para o esperma apareceu nos EUA. As camisinhas de látex adquiriram popularidade apenas a partir da década de 30. Cerca de um milhão e meio de camisinhas foram comercializadas nos EUA, em 1935.
A camisinha de látex é atualmente o tipo mais popular. O látex é uma espécie de borracha contendo poros finíssimos, por onde não passam nem o esperma nem vírus pequenos como o HIV. O látex é um material forte, mas pode romper caso seja muito friccionado e sofra pressão. Lubrificantes à base de água ou silicone podem ser usados para evitar o problema.
Nas décadas seguintes, a camisinha foi caindo em desuso, principalmente após a descoberta da pílula anticoncepcional, na década de sessenta (1960). Mas o aparecimento da AIDS, na década de oitenta (1980), mudou para sempre a mentalidade mundial: a contaminação de indivíduos pelo vírus HIV, causador da doença, dava-se por meio de contato sexual ou transfusão sanguínea. Falar abertamente sobre sexo seguro e uso injetável de drogas passou de "tabu" à necessidade e obrigação. A camisinha passou ser a grande arma desse esforço preventivo até hoje!
Poliuretano (-NHCO2-) é o material mais novo de que é feita a camisinha (o mesmo poliuretano faz a espuma dos colchões de nossas camas). Como é um plástico até duas vezes mais resistente do que o látex, o preservativo é bastante fino, não tem nem odor e nem gosto. A sensibilidade do pênis também é aumentada; os riscos de o preservativo romperem são ainda menores do que do preservativo de látex. Sugestão: clique em "Plásticos" no índice desta página e veja a composição química deles.
Atualmente os preservativos femininos são feitos com dois anéis flexíveis de poliuretano que servem para coletar o sêmen (ejaculado pelo homem) evitando a gravidez (ou a concepção).
Os japoneses foram os inventores da 1ª camisinha sonora. Eles usaram o mesmo minúsculo chip de cartões musicais, instalado na ponta do preservativo. Assim que o homem ejacula, pode-se ouvir, no interior do corpo da mulher, a canção Love Me Do, dos Beatles.


RESUMO HISTÓRICO:
350 - 1220 a.C: Os egípcios usavam “capinhas” de espada em volta do pênis para proteger contra insetos, ferimentos e picadas de mosquito.
100 - 200 d.C: Pinturas encontradas nas cavernas de Dordogne, no sul da França, mostram que o homem já usava preservativos.
1500s - O médico italiano Gabrielle Fallopius fabricou uma camisinha à base de linho, cortada sob medida para cada homem. Dos mais de mil homens que usaram o produto, nenhum contraiu sifílis.
1700s - O uso da camisinha era extremamente popular, principalmente como método anticoncepcional. Os preservativos eram feitos à base de tripa animal.
1800s - Os japoneses criaram uma camisinha feita com um couro bem fino.
1843 - A descoberta revolucionária da vulcanização da borracha (adicionando enxofre e submetendo-a ao calor) permitiu que as camisinhas se tornassem mais elásticas e fossem produzidas a custos baixos.
1930s - O látex líquido substituiu a vulcanização da borracha na fabricação os preservativos.
1990s - A tecnologia do látex continuou a se desenvolver e surgiram ainda as camisinhas de poliuretano (-NHCO2-).
2010 - A empresa suíça Lamprecht AG lançou preservativos especiais para adolescentes (rapazes entre os 12 e os 14 anos) denominado “Hotshot”, com 4,5 cm de diâmetro (enquanto o preservativo normal tem 5,2 cm). Ambos têm 19 centímetros de comprimento.

CURIOSIDADES sobre os PRESERVATIVOS:


a) Parte dos preservativos que não passam no controle de qualidade são vendidas a fábricas de brinquedos. As camisinhas, que têm a ponta cortada para evitar revenda, são utilizadas como uma espécie de diafragma para fazer as bonecas chorarem.
b) Os habitantes de Komi, na Rússia, compravam bebidas vendidas em grandes tonéis que ficavam nas ruas e precisavam de garrafas para fazer o transporte até suas casas. Na falta das garrafas, um homem descobriu que camisinhas russas eram tão grossas e resistentes que poderiam ser usadas como recipientes ideais para levar a bebida: podiam carregar até 3 litros.
c) Durante muitos anos, os habitantes de Condom lamentaram o nome dessa cidade francesa. Até que, em 1997, o prefeito resolveu que a cidade deveria ser a capital mundial do preservativo. Numa antiga garagem da Citroën, por exemplo, ele deu incentivo fiscal para a abertura de uma fábrica de camisinhas. Em 2000, Condom inaugurou também o 1° museu de preservativos do mundo, com 1.800 peças na época. Desde então, a cidade passou a receber uma média de 300 mil visitantes por ano.
d) O governo americano vendeu um lote de 50 milhões de preservativos para o Egito, mas descobriu-se depois que uma parte deles foi comprada por grandes atacadistas, que enviaram os preservativos para as zonas rurais, onde foram vendidos como balões para crianças.
e) Um juiz em Toronto, no Canadá, condenou Charles Tumwesigye a 45 dias de prisão por ter tirado a camisinha no meio da relação sexual, sem a autorização de sua parceira.
f) A inventora de cuecas e calcinhas com porta-camisinhas foi a americana Natalie Lerma-Solis.
g) O gerente do cinema London´s Prince Charles Theatre, Ben Freedman, resolveu instalar love seats (cadeiras em que os braços se levantam para que os namorados possam ficar juntos) na última fila de sua sala e colocou camisinhas em cada assento. A propaganda e a distribuição de camisinhas só foi liberada no Brasil em 1979. A 1ª propaganda foi do preservativo Involve na revista Playboy.
h) Em 2002, o grupo de rock Kiss lançou uma linha de preservativos com seu nome. As embalagens vem com fotos dos integrantes estampadas. A primeira série, em látex roxo, chamou-se Tongue Lubricated (Língua Lubrificada). Também há uma a imagem do guitarrista Paul Stanley, batizada de Studed Paul (Paul Garanhão), e outra com o nome Love Gun Protection (Arma de Proteção Amorosa).
i) Um preservativo amarelo cobriu a fachada de um hotel de 20 andares na cidade de Guilin, no sul da China, para marcar o Dia Mundial da ONU para a População. A empresa Guilin Latex pediu aos editores do Guinness Book of World Records para reconhecerem o preservativo gigante, de 80 metros de altura, como a maior do mundo. Segundo a agência China News Service, a camisinha custou mais de 24 mil dólares e tinha a mensagem "Controle o crescimento populacional, preste atenção à sua saúde sexual, previna a SIDA".
j) Uma empresa suíça lançou em Março de 2010 uma gama de preservativos especiais para adolescentes, depois de vários estudos terem revelado que os rapazes têm dificuldade em encontrar preservativos que lhes sirvam. O novo preservativo, denominado “Hotshot”, foi desenhado para rapazes entre os 12 e os 14 anos e tem 4,5 cm de diâmetro, enquanto o preservativo normal tem 5,2 cm. Ambos têm 19 cm de comprimento.
Em comunicado de imprensa, a empresa responsável pelo fabrico, Lamprecht AG, cita um estudo do governo suíço que revelou que os jovens entre os 12 e os 14 anos não se protegem suficientemente nas relações sexuais. O estudo, realizado pela Comissão Federal para a Infância e Juventude, entrevistou 1.480 jovens entre os 10 e os 20 anos e concluiu que há um "comportamento de risco” na faixa etária dos 12 aos 14 anos e que, em comparação com a década de 1990, os jovens estão a praticar mais sexo.
No momento, o preservativo só será vendido na Suíça, mas a empresa pondera lançá-lo em outros mercados, nomeadamente, no Reino Unido, país da Europa com a taxa mais elevada de gravidez na adolescência.
Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A. em 11/3/2010.


PODEROSA E VARIADA:
A camisinha é a única capaz de reunir em um único método a prevenção da gravidez indesejada e das doenças sexualmente transmissíveis. Desse modo, permite relacionamentos sexuais seguros e minimiza o efeito da exposição a fatores de risco sofridos por um dos parceiros. A camisinha protege e respeita a escolha e os desejos sexuais de cada um. Com o advento da AIDS as camisinhas voltaram a ser comercializadas em grande escala. Estima-se que hoje mais de cinco bilhões de camisinhas são consumidas anualmente. As apresentações também se diversificaram. Há camisinhas de tamanhos, espessuras e cores diferentes. Há camisinhas aromatizadas. Camisinhas com textura externa para potencializar o desejo sexual na mulher. Em alguns casos de ejaculação precoce, a camisinha pode ser utilizada com sucesso para aumentar o tempo de ejaculação.
Usar preservativo é acima de tudo uma atitude que previne as D.S.Ts. e evita a gravidez indesejável !!!
Resumo para as aulas: Prof. João Angelo (1980-2013);
Fontes: BBC Brasil;
Páginas eletrônicas: www.durex.com ; www.safesense.com ; www.aids.org.br .
Programas: Guia dos Curiosos; Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas ) e Programa Álcool e Drogas (PAD) do Hospital Israelita Albert Einstein; Aids e Grupo Pela Vidda/SP.

Um comentário:

Cris disse...

Muito bom.. foi de grande ultilidade todas essas informações! Parabens ao site pelo conteúdo riquíssimo e bastante completo sobre a origem do preservativo!!