REVISTA ELETRÔNICA de EDUCAÇÃO & SAÚDE.

REVISTA ELETRÔNICA de EDUCAÇÃO & SAÚDE (ano XLI) 2024 ou 5785
Criação e realização do biólogo e professor JOÃO ANGELO MARTIGNONI TEIXEIRA
Orientação e configuração do engenheiro e professor EVERARD LUCAS CARDOSO

17 junho 2011

PIERRE CURIE (*15/5/1859 +19/4/1906):

Pierre Curie (*Paris, 15/5/1859  +Paris, 19/4/1906) foi um físico francês, pioneiro no estudo da cristalografia, magnetismo, piezoeletricidade e radioatividade.
Recebeu o Nobel de Física de 1903, juntamente com a sua mulher Marie S. Curie, famosa em física: "em reconhecimento pelos extraordinários serviços que ambos prestaram através da suas pesquisas conjuntas sobre os fenômenos da radiação descobertos pelo professor Antoine Henri Becquerel".
Pierre foi um dos fundadores da física moderna, apesar de não ter frequentado uma escola primária nem a ginasial, foi educado em casa pelo seu pai, e em sua adolescência revelou uma forte tendência para a matemática e a geometria. Já com apenas 16 anos de idade, bacharelou-se em ciências e aos 18 anos já tinha obtido o equivalente a um grau superior, mas não seguiu imediatamente para o doutoramento por falta de dinheiro. Em vez disso, trabalhou como instrutor de laboratório.
Em 1880, Pierre e o seu irmão mais velho Jacques demonstraram que se gerava um potencial elétrico quando se comprimiam cristais, a piezoeletricidade, e esse procedimento foi utilizado alguns anos depois em aparelhos de "toca disco" e alto-falante. Já em 1881, eles (os dois irmãos) demonstraram a existência do efeito inverso: que os cristais podiam ser deformados quando submetidos a um campo elétrico. Quase todos os atuais circuitos eletrônicos digitais se utilizam deste recurso (ou fenômeno).
Antes dos seus estudos de doutoramento sobre o magnetismo, ele concebeu e aperfeiçoou uma balança de torsão extremamente sensível, para medir os coeficientes magnéticos.
Pierre Curie estudou o ferromagnetismo, o paramagnetismo e o diamagnetismo para a sua tese de doutorado, e descobriu o efeito da temperatura sobre o paramagnetismo, que é atualmente conhecido por lei de Curie. A constante material da lei de Curie é conhecida como a constante de Curie. Ele também descobriu que as substâncias ferromagnéticas apresentam uma temperatura crítica de transição, acima da qual as substâncias perdem o seu comportamento ferromagnético. Esta temperatura é conhecida por ponto de Curie.
Pierre Curie enunciou em 1894 o "Princípio universal de simetria" ("as simetrias presentes nas causas de um fenômeno físico também são encontrados nas suas consequências").
Pierre trabalhou com a sua mulher Marie S. Curie no isolamento do Polônio e do Rádio. Eles foram os primeiros a usar o termo "radioatividade", e pioneiros no seu estudo. No seu trabalho, incluindo o conhecido trabalho de doutoramento de Marie, usaram um electrômetro piezoelétrico de precisão construído por Pierre e pelo seu irmão Jacques.
Pierre Curie e um aluno seu, foram os primeiros a descobrir a energia nuclear, ao identificarem a emissão contínua de calor das partículas do Rádio. Ele também investigou as emissões de radiação das substâncias radioativas, e conseguiu demonstrar, com o recurso a campos magnéticos, que as emissões apresentavam carga positiva, negativa ou eram neutras. Essas emissões correspondem às partículas alfa, beta e radiações gama.
O casal Curie autenticou a médium Eusapia Paladino, numa carta a Georges Gouy, datada de 24 de Julho, 1905, por sessões supervisionadas por eles próprios:
Foi muito interessante e, realmente os fenômenos que vimos pareciam inexplicáveis como truques, mesas com quatro pernas suspensas, movimentos de objetos até a certa distância, mãos que beliscam ou acariciam a pessoa, aparições luminosas. Tudo num local preparado por nós, com um pequeno número de espectadores, todos conhecidos nossos e sem qualquer possível cúmplice. O único truque possível é o que poderia resultar da extraordinária facilidade da médium como mágica. Mas, como explicar o fenômeno quando se está segurando as mãos e os pés dela e quando a luz é suficiente para se ver tudo que acontece?
O casal confirmou a genuinidade de Paladino em outra carta, em 14 de Abril de 1906, poucos dias antes de Pierre morrer, novamente a Georges Gouy:
Tivemos mais algumas sessões com a médium Palladino. O resultado é que esses fenômenos realmente existem e não é mais possível para mim duvidar disso. É improvável, mas existem, e é impossível negar isso, após as sessões que tivemos, em condições controladas. Uma espécie de membros fluidos destacam-se da médium (principalmente dos braços e das pernas...) e empurram com força os objetos. Esses membros fluidos se formam em geral sobre um pedaço de material negro... Mas algumas vezes eles pulam para o ar aberto. Não tenho dúvida que depois de algumas boas sessões, você se convencerá... Você, que tem uma intuição tão grande, com tanta freqüência sobre os fenômenos, como explica esses deslocamentos de objetos de uma distância, como concebe que a coisa seja possível? Existe aqui, em minha opinião, todo um território de fatos inteiramente novos, e estados físicos no espaço, dos quais não temos qualquer idéia.
Esta informação consta no livro de Susan Quinn, chamado "Marie Curie, Uma Vida".


Pierre Curie morreu em 19 de Abril de 1906, ao sair de um almoço na Associação de Professores da Faculdade de Ciências, foi atropelado por uma carruagem quando atravessava a Rue Dauphine em Paris durante uma tempestade, a sua cabeça foi esmagada pela roda (da carruagem), escapando a uma provável morte por envenenemento por radiações como a que veio a matar a sua mulher. Os restos mortais de Pierre e Marie foram depositados na cripta do Panthéon de Paris em Abril de 1995.


O curie (Ci) é uma unidade de radioatividade correspondente a 3.7 x 1010 desintegrações por segundo. O nome da unidade foi originalmente atribuído, em homenagem a Pierre Curie, pelo Congresso de Radiologia de 1910.
A filha de Pierre e Marie Curie, Irène Joliot-Curie e o seu genro, Frédéric Joliot, foram também físicos destacados, e se dedicaram ao estudo da radioatividade.

Fonte: Wikipédia - adaptado por João Angelo.

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