Como falamos recentemente, colocamos aqui o resumo de nossa aula: o chorume inicialmente era apenas a substância gordurosa expelida pelo tecido adiposo da banha (gordura) de um animal. Mais tarde, o significado da palavra foi ampliado e passou a ser entendido como líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos que somados com a ação da água das chuvas, se encarregam de lixiviar compostos orgânicos dos lixões para o meio ambiente.
Chamamos de lixo todo resíduo proveniente da atividade doméstica, industrial ou comercial. Quando vários resíduos são colocados juntos em um mesmo local (em nossa lata de lixo ou um aterro sanitário), eles começam a se decompor. Essa decomposição pode ser acelerada por fungos, bactérias e outros microorganismos.
A decomposição do lixo gera duas fases:
Fase 1) É líquida e chamamos de chorume ou líquido percolado — um líquido de cor escura e odor nauseante que pode ser visto facilmente quando esquecemos o lixo muito tempo dentro da lata. A composição do chorume é muito complexa, variando conforme os resíduos presentes no lixo e o tempo de decomposição deste.
Fase 2) É gasosa e composta principalmente por gás carbônico (CO2), metano (CH4) [inicialmente chamado de "gás dos pântanos" por Alessandro G. A. Volta - clique em "cientistas" no índice a direita] e pequenas quantidades de gás sulfídrico (H2S) este com cheiro de "ovo podre" [o H2S tem vida curta na atmosfera, apenas de algumas horas, sendo logo transformado em SO2 - dióxido de enxofre]; todos estes juntos (gás carbônico, metano e gás sulfídrico) dão cheiro característico aos aterros sanitários. Com o passar do tempo de decomposição, a quantidade de metano produzida é tão grande que uma faísca pode detonar uma grande explosão (foi o que provavelmente aconteceu no início do desabamento do "Morro do Bumba" em Niterói em 2010).
O necrochorume é o líquido produzido pela decomposição dos cadáveres nos cemitérios, composto principalmente pela cadaverina, uma amina (C5H14N2) de odor repulsivo, subproduto da putrefação. Esse nome foi utilizado pela primeira vez pelo professor Alberto Pacheco, do Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo - USP.
O Chorume tem pH entre 4,5 - 9,0.
Componentes básicos do Chorume em mg/L:
Arsênico (As) entre: 0,01 – 1Cádmio (Cd) entre: 0,0001 – 0,4
Cromo (Cr) entre: 0,02 – 1,5
Cobalto (Co) entre: 0,005 – 1,5
Cobre (Cu) entre: 0,005 – 10
Chumbo (Pb) entre: 0,001 – 5
Mercúrio (Hg) entre: 0,00005 – 0,16
Macrocomponentes inorgânicos do Chorume em mg/L:
Fósforo (P) entre: 0,1 – 23
Cloretos: 150 - 4500
Sulfatos: 8-7750
HCO3-: 610-7320
Sódio (Na): 70-7700
Potássio (K): 50-3700
Nitrogênio amoniacal (N-NH3 ou N-NH4): 50-2200
Cálcio (Ca): 10-7200
Magnésio (Mg): 30-15 000
Ferro (Fe): 3-5500
Manganês (Mn): 0,03-1400
Sílica: 4-70
Matéria orgânica no Chorume em mg/L:
Carbono orgânico total entre: 30 – 29.000
Demanda Biológica de Oxigênio (DBO5): 20 – 57.000
Demanda Química de Oxigênio (DQO): 140 – 152.000
DBO5/DQO: 0,02 - 0,80
Nitrogênio orgânico entre: 14 – 2.500
Fontes: www.educacional.com.br ; USP; CNPq;
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