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05 julho 2013

CÃES para a segurança dos eventos no Brasil de 2013 a 2016.


Esquadrão de quatro patas

Ações corajosas e números crescentes na apreensão de drogas e armas revelam a excelência dos cães da PM.

VEJA Rio - 19/Dezembro/2012  - por Renan França / adaptado por João Angelo para as aulas de Biologia:
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No dia do show de Madonna, no palco do Parque dos Atletas, na Barra, antes da cantora dar boa noite aos cariocas, uma cena chamou atenção: o soldado Boss [Labrador], da PM do Rio, comandava seus amigos Scot [Labrador] e Brita [Malinois] numa varredura completa em busca de qualquer objeto suspeito no perímetro onde a estrela americana iria se apresentar. Caixas, camarim, backstage, tudo foi vasculhado. Nada encontrado. Sinal verde para começar o espetáculo.
Boss um Labrador de 7 anos e seus colegas Rott­weilers, Pastores e Malinois vêm atingindo números excepcionais no que diz respeito ao combate ao crime. O desempenho da equipe incomoda de tal maneira os líderes do tráfico que, em 2012, em Manguinhos, a ordem partida do comando do crime era atirar diretamente nos cachorros. "Foi um momento de tensão", revela o tenente-coronel Marcelo Nogueira, do Batalhão de Ação com Cães (BAC). Bem que tentaram, mas nenhum foi atingido. Os 69 animais do BAC continuam de pé, em quatro patas.
Meliantes se desesperam, autoridades se regozijam. "Os cães são uma ótima alternativa no combate ao crime, têm uma atuação fantástica", elogia o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Desde o início da instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), em 2008, a tropa canina sempre esteve envolvida. E também se destaca em qualquer grande evento que o Rio receba, além de acompanhar as principais personalidades que desembarcam na cidade. Em 2011, foram os cachorros policiais que vasculharam o carro de Barack Obama e toda a frota presidencial americana.

O cabo Daniel com Antrax (à esq.) e Cindy: treinamento para desenvolver força e agilidade
O BAC, fica em Olaria, na Zona Norte do Rio. Os animais trabalham 6 horas por dia, fazem duas refeições — 250 gramas de ração por vez —, dormem à tarde e só entram na piscina quando não há mais operações previstas. Desde muito cedo é possível identificar os filhotes mais corajosos, ágeis e que gostam de buscar objetos. Para a turma boa de olfato e que caça bem, os policiais atrelam ao seu brinquedo favorito, como uma bolinha, o cheiro de uma droga ou de pólvora. Assim, toda vez que o bicho sobe uma favela, para ele é nada mais, nada menos que uma possibilidade de "divertimento". Por sua vez, o grupo destinado a intervenções (que ataca sob ordens dadas em português, inglês e alemão) passa por um treinamento físico mais rígido e por variadas simulações de busca por reféns, procura de bandidos e invasões a locais de difícil acesso. A carreira é curta: se com 1 ano e 8 meses o animal está formado, com 8 anos é aposentado e encaminhado para adoção.
Os primeiros 20 cães policiais chegaram ao Rio em 1955, vindos de um criadouro em São Paulo. Atualmente a maior parte da tropa é nascida no canil de Olaria. As raças se alternam ao longo do tempo. Se no começo era o pastor-alemão que combatia os ladrões do mundo inteiro, nas décadas seguintes o dobermann e o rottweiler ganharam fama de maus na caça aos criminosos. Nos últimos anos, destacam-se o pastor-holandês e os temidos malinois, estes com participação fundamental na ação contra o terrorista Bin Laden. Por aqui, logo após o episódio do ônibus 174, em 2000, o treinamento intensivo com cães para resgate de reféns foi reforçado. "Se acontecesse hoje, o sequestrador teria sido imobilizado por um cão e nenhum inocente sairia ferido", ressalta o tenente-coronel Nogueira.
Até a Copa de 2014 está prevista a aquisição de 80 cães europeus já treinados, o que vai permitir que cada soldado tenha seu próprio cachorro (atualmente existe um revezamento). Com vistas à Olimpíada de 2016, serão intensificados os intercâmbios com a polícia de Espanha, Suíça e França.— Uma força parisiense esteve aqui no Brasil em Dezembro/2012 para mais uma etapa no aprimoramento dos trabalhos com animais. "Em três anos, teremos uma das melhores companhias do mundo", aposta o major Vitor Valle, do BAC. Ali, existe uma máxima: o melhor amigo do homem está se tornando o inimigo número 1 do crime.

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