"Linguagem Química" das duas ilustrações anteriores:
FUSÃO do NÚCLEO: é uma avaria grave do núcleo do reator devido a um superaquecimento. A fusão do núcleo ocorre quando uma falha grave no sistema da central impede a refrigeração adequada. Sem esse resfriamento, os suportes que contêm o combustível nuclear se aquecem até chegar a um derretimento. Essa situação gera um perigo enorme, pois acarreta o risco de que o material radioativo (o combustível nuclear) seja expelido para a atmosfera. Além disso, a fusão deixa o reator instável.
REATOR NUCLEAR: instalação em que se inicia, se mantém e se controla uma reação nuclear em cadeia. Existem dois tipos: o reator (nuclear) de água a pressão, que é um reator refrigerado com água natural a uma pressão superior à da saturação, para impedir a ebulição; e o reator de água em ebulição, resfriado com água natural que é levada a ferver no núcleo, em grande quantidade.
CONTENÇÃO: é a estrutura que envolve o núcleo, construído com paredes de concreto armado e aço.
VASO de PRESSÃO: recipiente que contém o núcleo de um reator nuclear, com cápsulas de combustível, refletor (que reduz o escapamento de nêutrons, aumentando a eficiência do reator), água radioativa e parte do refrigerador, entre outros.
VARETA de COMBUSTÍVEL: invólucro que contém as barras de combustível. É um recipiente hermético que abriga o combustível nuclear. Impede a saída dos produtos da fissão e garante a resistência mecânica que assegura a integridade do combustível. É localizada no interior do vaso de pressão.
BARRAS de COMBUSTÍVEL: é o combustível nuclear disposto em forma de barra, formado por pastilhas; situada no interior da vareta.
FUSÃO NUCLEAR: reação entre núcleos (prótons + nêutrons) de átomos leves que resulta em formação de outro núcleo, mais pesado. O processo é acompanhado da emissão de partículas elementares e energia.
FISSÃO NUCLEAR: reação nuclear na qual ocorre a ruptura de um núcleo pesado, geralmente originando 2 fragmentos cujos tamanhos são da mesma ordem de magnitude. Nesse processo, executado rotineiramente em usinas nucleares, são emitidos nêutrons e é liberada grande quantidade de energia.
CIRCUITO de REFRIGERAÇÃO EXTERNO: circuito de água que se extrai de uma fonte natural, usado para condensar o vapor de água uma vez que esse movimentou a turbina (de forma semelhante à de qualquer outra central térmica de carvão, óleo combustível ou gás). A água, que nunca entra em contato com o combustível nuclear, é devolvida ao rio, à barragem ou ao mar, a uma temperatura superior à que foi extraída.
Comentários:O acidente em uma central nuclear na cidade de Fukushima, no Japão, após o forte terremoto que atingiu o país na 6ª-feira dia 11/3/2011, foi classificado como nível 4 na Escala Internacional de Eventos Nucleares, que vai de 0 a 7 (conforme a 1ª ilustração anterior...).
A classificação é a terceira mais alta já concedida, ficando atrás apenas do acidente em Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979 (nível 5) e de Tchernobil, em 1986 (grau 7).
A classificação 4 qualifica acidentes "com consequências de alcance local", segundo documentos da AIEA (Agência internacional de Energia Atômica). Em 1999, o Japão havia registrado um acidente com a mesma classificação.
O termo anomalia é utilizado para o nível 1 e, incidente, para os níveis 2 e 3. O nível 4 foi elevado (dia 15/3/2011) para 6 e é o pior até o momento no Japão, de acordo com a Agência Japonesa de Segurança Nuclear e Industrial.
O reator Daiichi 1, ao norte da capital Tóquio, começou a vazar radiação depois que o terremoto de magnitude 9 causou um tsunami, prontamente levantando temores de um derretimento nuclear. O sistema de resfriamento do reator nuclear falhou após os tremores, causando uma explosão que rompeu o telhado da usina.
As autoridades afirmam que os níveis de radiação em Fukushima estavam elevados antes da explosão. Em determinado momento, a usina estava liberando a cada hora a quantidade de radiação uma pessoa normalmente absorve do ambiente em um ano.
Antes da explosão do reator 4 na 3ª-feira dia 15/3/2011, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que, apesar da liberação de radiação diretamente na atmosfera, a radioatividade no entorno de Fukushima estava caindo. Em um comunicado, o órgão disse que o nível de radiação passou de 11.900 microsieverts por hora às 9h daquela 3ª-feira (21h de 2ª-feira no Brasil) para 600 microsieverts 6 horas depois.
A dose máxima de radiação permitida para os trabalhadores na usina de Fukushima é de 250 mil microsieverts.
A dose máxima de radiação permitida para os trabalhadores na usina de Fukushima é de 250 mil microsieverts.
A medida Microsieverts é usada para avaliar a radiação recebida por pessoas, por exemplo: a exposição a mais de 100 mil microsieverts ao ano pode causar câncer, segundo a Associação Nuclear Mundial. Segundo pesquisadores, durante um exame de tomografia computadorizada, por exemplo, uma pessoa recebe 12 mil microsieverts. Veja o equipamento na foto abaixo que mede em mSv/h.
Quais são a partículas comuns neste vazamento radioativo na atmosfera em forma de vapor?!
Entre os elementos mais comuns no vazamento de vapor de água do reator japonês estão o iodine-131, o césio-137 (o mesmo do acidente radioativo em Goiânia na década de 80, que deixou centenas de vítimas), o xenon-133, o xenon-135 e o krypton-85. Desses, o mais problemático é o iodine-131, que pode ser absorvido pela glândula tireoide quando inalado, causando câncer e leucemia. Gases como krypton-85 e xenon-133 não interagem com ossos ou tecidos mas são altamente instáveis e podem causar outros danos ao organismo.
Fonte: Folha.com em 13/3/2011 e O Globo em 15/3/2011 resumido por João Angelo para as nossas aulas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário