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04 outubro 2010

As "PULSEIRAS do SEXO":

Autor: Henrique Amorim
Publicado em: A Voz da Serra em 21/4/2010.

Pode até parecer uma moda inocente, mas não é. O uso de diversas pulseiras multicoloridas por adolescentes, a maioria estudantes, na verdade, esconde um pacto de estímulo ao sexo livre. Cada pulseira representa uma tarefa sexual que deverá ser cumprida por quem estiver usando o adereço nos pulsos e deixar que um parceiro ou parceira o arrebente. A prática ainda desconhecida por muitos educadores e pais virou febre nas escolas de diversos países e aqui também em Nova Friburgo, onde o uso das pulseiras do sexo poderá ser proibido através de lei municipal, de autoria do vereador Luciano Faria, e já aprovada pela Câmara. Falta apenas sanção do prefeito Heródoto Bento de Mello.

Atualmente, ainda é comum nos intervalos de aulas, recreios e saída das escolas, flagrarem-se jovens e até mesmo crianças tentando arrebentar as pulseiras de colegas. Nem sempre apenas com a intenção de brincar, mas de algo muito mais grave: a prática desenfreada do sexo e, inclusive, homossexual. Cada cor da pulseira significa uma tarefa sexual a ser cumprida precocemente, desde um simples abraço, passando pelo beijo de língua até chegar ao sexo oral e até mesmo a relação sexual entre parentes. Um comportamento que acaba deixando para trás a inocência da infância e pré-adolescência e que já resultou até mesmo em ocorrências policiais e trauma para uma família no Amazonas, esse mês, onde uma adolescente de 13 anos foi violentada por três rapazes em cumprimento ao pacto do uso da pulseira do sexo. Casos semelhantes também já foram registrados no Paraná e São Paulo.

A mania perigosa do uso das pulseiras do sexo, segundo pesquisas feitas por psicólogos, surgiu na Inglaterra e só tornou-se conhecida da população após reportagem publicada pelo jornal The Sun, causando obviamente, muita polêmica até dominar páginas da internet e provocar uma discussão mundial. Até então, o pacto mantinha-se reservado entre os jovens no ambiente escolar. As pulseiras coloridas, na verdade, surgiram no mercado na década de 1980 e são facilmente encontradas no mercado. Em algumas lojas de bijouterias na Avenida Alberto Braune, Praça Getúlio Vargas e no bairro Olaria, as pulseiras coloridas podem ser adquiridas por cerca de R$ 1,50 e, infelizmente, muitos pais sequer suspeitam que as pulseiras usadas pelos filhos servem mesmo para acelerar a sexualidade, às vezes de forma traumática.
Alguns jovens utilizam pulseiras para não serem excluídos do grupo.

Uma dona de casa em Nova Friburgo soube o significado das pulseiras coloridas ao fazer uma pesquisa na internet e ficou chocada ao informar-se sobre o significado de cada cor dos adereços. Imediatamente exigiu que a filha de 14 anos, aluna de uma escola estadual no distrito de Conselheiro Paulino, parasse de usar as pulseiras. A garota também desconhecia o significado dos adereços e confessou à mãe que passou a usar porque a maioria dos colegas também possuía as pulseiras coloridas.

A adolescente garantiu ainda que nunca foi provocada por ninguém por estar usando as pulseiras, nem sequer foi induzida a praticar sexo por integrar-se ao pacto das pulseiras. Ela disse também que muitos colegas desconheciam que ao usarem o adereço estariam divulgando entre os colegas a disponibilidade total para o sexo desenfreado. “Só usava porque estava na moda e não queria ser diferente dos outros”, sustentou a garota que ao saber o significado de cada pulseira, as jogou fora imediatamente. Prática idêntica tiveram as demais colegas da escola.
Para psicólogo, uso das pulseiras revela personalidade ainda em formação:

O psicólogo Luiz Cláudio de Moraes, acredita que muitos jovens estudantes podem estar usando as pulseiras do sexo apenas por tratar-se de mais um modismo e para não serem excluídos dos grupos a que pertencem, geralmente nas escolas. “Na adolescência há uma grande crise de identidade e o jovem busca um referencial, mas o agravante maior é a falta, pelo menos parcial, da personalidade que ainda está em formação. O jovem pode ter o pai, a mãe ou outro parente como exemplo, mas por causa da diferença de idade não vai seguir certos costumes, como o jeito de se vestir e que adereços usar no corpo. Se um colega com o qual ele tem afinidade passar a usar um adereço diferente e ele achar legal, vai querer usar também, até mesmo sem saber para que serve. É a busca incessante pelo referencial”, observa o psicólogo.

O uso das pulseiras coloridas, na verdade, assemelha-se a um jogo aceito por ambas as partes, o que obriga jovens a passarem por situações, muitas vezes, constrangedoras. “Outro dia no ônibus um colega da escola arrebentou uma das minhas pulseiras e quis que eu fosse a casa dele à tarde quando seus pais estariam trabalhando para fazermos sexo. Eu não sabia o que significava a pulseira e ele me disse que fazíamos parte de um pacto. Imediatamente arranquei todas as pulseiras e joguei fora pela janela do ônibus. Até hoje, ele se insinua para mim”, relata uma estudante de 16 anos, aluna do ensino médio de uma escola particular no Centro de Nova Friburgo.

“Cabe aos pais, orientar seus filhos quanto ao sexo e, principalmente às prováveis e, às vezes, desagradáveis consequências de sua prática muito precoce. Há a necessidade de aproveitar-se a infância e adolescência de forma saudável”, recomenda o psicólogo Luiz Cláudio.

O significado de cada pulseira:
Amarela – quem estiver usando tem que dar um abraço em quem a arrebentou;
Laranja – significa uma dentadinha do amor, geralmente no pescoço;
Roxa – dá direito a um beijo de língua;
Rosa – a menina tem que mostrar os seios para o rapaz. E o rapaz tirar a roupa para a menina;
Vermelha – quem deixou arrebentar tem que fazer uma dança erótica;
Azul – garante a prática do sexo oral;
Verde – garante um chupão no pescoço;
Preta – tem que fazer sexo com quem a arrebentou, seja homem ou mulher;
Dourada – fazer todos os já citados e ainda sexo oral simultâneo;
Listrada – sexo em diferentes posições;
Grená – sexo anal ;
Transparente – sexo com parentes;
Marrom – sexo escatológico (com fezes ou urina).

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