REVISTA ELETRÔNICA de EDUCAÇÃO & SAÚDE.

REVISTA ELETRÔNICA de EDUCAÇÃO & SAÚDE (ano XLI) 2024 ou 5785
Criação e realização do biólogo e professor JOÃO ANGELO MARTIGNONI TEIXEIRA
Orientação e configuração do engenheiro e professor EVERARD LUCAS CARDOSO

17 junho 2011

ROBERT WILHELM EBERHARDT von BUNSEN (*31/3/1811 +16/8/1899):

Químico alemão, Robert Wilhelm Eberhardt Bunsen, nasceu em Gotinga na Alemanha em 31/3/1811 e faleceu em Heidelberg na Alemanha em 16/8/1899.
Robert Bunsen era o quarto e último filho de Christian Bunsen, chefe de biblioteca e professor de línguas na Universidade de Gotinga.
Bunsen entrou para a Universidade, onde estudou Química, Física, Mineralogia, Matemática e doutorou-se em Física em 1830.
Em 1832 partiu para Paris onde trabalhou no laboratório de Gay-Lussac e conheceu proeminentes cientistas. Em 1836, sucede ao químico Friedrich Wohler na Escola Politécnica em Kassel e em 1838 é nomeado professor de química na Universidade de Marburg.
Em 1852 sucede a Leopold Gmelin na Universidade de Heidelberg onde permaneceu até se aposentar em 1889.
Bunsen nunca se casou, parece que as suas aulas e pesquisas consumiam-lhe a maior parte do seu tempo, viajando frequentemente sozinho ou com os seus amigos.
Em 1934, Bunsen realiza a primeira pesquisa sobre a insolubilidade dos sais do Ácido arsênico. Em 1835 e 1836, trabalha com medidas de cristal de uma nova série de duplos cianetos.
Inventou o 1° antídoto para combate ao envenenamento por Arsênico, usando o Óxido de ferro hidratado.
Os trabalhos de Bunsen no domínio da química orgânica foram uma investigação dos compostos de cacodil, os resultados dos quais foram apresentados em cinco publicações entre 1837 e 1842.
Em 1843, Bunsen perde o seu olho direito numa explosão com cianeto de cacodil.
Entre 1838 e 1846, desenvolveu métodos para o estudo dos gases enquanto investigava a produção industrial de Ferro fundido na Alemanha. Compilou a sua pesquisa sobre este fenômeno, em 1857, no seu único livro Gasometrische Methoden.
Interessado em geologia, Bunsen acompanhou uma expedição científica à Islândia em 1846, um ano depois da erupção do vulcão Hekla. Bunsen colheu amostras de gases emitidos pelas aberturas vulcânicas e estudou a ação desses gases sobre as rochas vulcânicas. É bom lembrar que um dos gases emitidos por vulcões é o Gás Nobre Criptônio (Kr) da coluna 18 da T.P.

Entre 1840 e 1850, realizou alguns melhoramentos na bateria galvânica. Em 1841, construiu uma bateria, conhecida desde então como "Bateria Bunsen", com Carbono, ao contrário das mais caras de Platina ou Cobre. Em 1952, começou a usar técnicas electromagnéticas para isolar metais puros em quantidades suficientes para determinar as suas propriedades físicas e químicas.

Na década de 1850, Bunsen aperfeiçoou o queimador de gás de Michael Faraday, desenvolvendo o seu bem conhecido "Bico de Bunsen", com anel de entrada de Oxigênio para alimentar a "chama oxidante"; fechando este anel do bico ele produzia a "chama não oxidante". O "Bico de Bunsen", com a sua chama não luminosa, rapidamente suplantou o tubo de sopro de chama nos testes secos de química analítica. Bunsen usou o seu queimador para identificar metais e respectivos sais pelas características das suas chamas coloridas.

Na década de 1860, Robert W. Bunsen tinha como colaborador um jovem físico alemão chamado Gustav Robert Kirchhoff (*1824 +1887), já famoso por ter formulado as leis que regem o comportamento dos circuitos elétricos e que levam seu nome. Bunsen e o Gustav Kirchhoff trabalharam juntos para desenvolver o campo da espectroscopia. Esta análise permitiu a descoberta de um novo metal alcalino, o Césio. O elemento foi designado por Césio (do latim cesius, que significa céu azul) devido às suas linhas do espectro serem azul brilhante. No ano seguinte o elemento Rubídio foi descoberto. Durante os anos seguintes, vários outros elementos foram identificados por métodos de espectroscopia: Tálio, Índio e o Escândio.

Observe a foto das chamas sobre o Bico de Bunsen (ao lado): quando se vaporiza algum material no Bico de Bunsen, a cor emitida é a da própria substância e não a da chama do bico. Kirchhoff sugeriu a Bunsen que a cor da chama vaporizada no bico de gás seria melhor observada se fosse passada através de um conjunto de lentes e um prisma. Durante muitos dias os dois cientistas vaporizaram diversas substâncias sobre a chama do bico, entre eles o Sódio (em amarelo na foto ao lado), Mercúrio e Cálcio. Cada elemento que era vaporizado produzia raias em diferentes posições do espectro: o Lítio produzia linhas vermelhas, o Sódio produzia linhas amarelas, o Cobre produzia linhas esverdeadas, o Mercúrio produzia linhas amarelas e verdes e o Cálcio produzia linhas em diversas posições, com predominância no vermelho, verde e amarelo.
Após muitas observações Kirchhoff e Bunsen concluíram que cada elemento químico produzia suas próprias linhas, o que significava que vistos através do prisma, cada um tinha uma assinatura própria e inconfundível. No entanto, as linhas observadas por Kirchhoff e Bunsen eram brilhantes, ao contrário das linhas observadas por Fraunhofer, que eram escuras. Intrigados, os cientistas resolveram confirmar se a linha escura "D" descoberta por Fraunhofer era a mesma linha brilhante produzida pelo sódio vaporizado no bico de gás. Para isso a dupla passou a luz do Sol através da chama produzida pelo Sódio. A intenção era preencher de amarelo a linha escura "D" que era produzida pelo Sol. Para surpresa de Kirchhoff e Bunsen, ao contrário do que esperavam a linha "D" ficou ainda mais escura.
Bunsen foi distinguido por várias sociedades científicas. Em 1842 foi eleito membro estrangeiro da Sociedade de Química de Londres. Em 1853, tornou-se membro correspondente da Académie des Sciences. Foi nomeado como membro estrangeiro da Real Sociedade de Londres em 1858 e recebeu a Copley Medal em 1860. Em 1898, a sua contribuição científica à indústria foi reconhecida pela Sociedade de Artes Inglesa, a qual o premiou com a Medalha Albert.
A página inicial do Google (ilustrada acima) homenageou na 5ª-feira - 31/3/2011 o BICENTENÁRIO do químico alemão Robert Wilhelm Bunsen, que nasceu em Göttingen no dia 31 de Março de 1811.
Entre suas colaborações para a ciência, está o aperfeiçoamento de um queimador, conhecido como Bico de Bunsen, inventado pelo britânico Michael Faraday e usado para aquecer soluções em laboratório.
Bunsen descobriu o uso do óxido de ferro hidratado como agente precipitante, até hoje o melhor antídoto para combater o envenenamento por Arsênico. Além do reconhecimento, as experiências para essa descoberta lhe renderam um envenenamento por Arsênio e a visão de um olho, após um fragmento de vidro voar em seu rosto. Em 1852, ele passou a produzir metais puros por eletrólise, usando ácido nítrico. E, no mesmo ano, deu início aos estudos para obter cloreto de hidrogênio a partir do Hidrogênio e do Cloro.
Ao se aposentar, aos 78 anos, Bunsen se dedicou a estudar geologia e mineralogia. Morreu aos 88 anos, em Heidelberg.

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