CHARLES R. DARWIN (*1809 +1882):

O Biólogo (Naturalista) Charles R. Darwin(*12/02/1809 em Shrewsbury-Inglaterra +19/4/1882 em Downe, Kent -Inglaterra):
(Pesquisa realizada pelo Prof. João Angelo em 2009 no bicentenário de Darwin).

Tanto Charles Darwin quanto eu, nascemos no período de Carnaval, com diferença de dez dias entre as datas mencionadas acima e logicamente o ano. A exemplo dele, também trilho os caminhos da Biologia e também não gosto muito do Carnaval.
Seus cinco meses e meio aqui pelo Brasil, foram suficientes para realizar seus estudos e espantar-se com os hábitos dos nativos. A começar exatamente pelo Carnaval em Fevereiro de 1932, quando em Salvador - BA, viu os foliões tomarem as ruas e atirarem bolas de cera cheias de água uns nos outros, achou por bem se recolher a tranquilidade civilizada de seu navio de pesquisa - Beagle ( mesmo nome da raça de um cão inglês de caça).
Nesta terceira escala de navegação ao redor de um continente (périplo) a bordo do Beagle (comandado pelo Capitão Robert Fitz Roy *05/7/1805 +30/4/1865), ao aportar no litoral da Bahia (na data citada anteriormente), Charles Darwin ficou extasiado com a vegetação à sua frente, escrevendo em seu diário: "É uma visão das mil e uma noites, com a diferença de que é tudo de verdade".
Era a primeira vez que ele pisava numa floresta tropical. Darwin esteve aqui (Brasil) por duas vezes, nos trajetos de ida e de volta de sua viagem de cinco anos. Esteve em Galápagos, também na Argentina e Chile.
A viagem a bordo do HMS Beagle, foi determinante para sua carreira profissional, coletou mais de 1500 espécies diferentes para estudos, a maioria desconhecida na Europa. Depois destas viagens, instalou-se em Londres, onde começou a redigir todo o seu trabalho anotado em vários cadernos a bordo do navio de pesquisa. Em Londres juntou as suas ideias e desenvolveu o "quebra cabeças" da "Seleção Natural".

Casou-se em Londres com sua prima - Emma, onde também teve suas duas primeiras filhas. Em 1842 procurando paz e silêncio, mudaram-se para um vilarejo a 25 km de Londres, onde viveram numa casa ("Down House") e Charles aí ficou durante 40 anos no seu "posto de pesquisa" com jardins, estufas e estúdio. Foi então que escreveu o livro "A Origem da Espécies" (citado adiante) e mais tarde "A Origem do Homem e a Seleção Sexual".
Quanto as suas pesquisas científicas podemos imaginar os conflitos que teve com a fé e a família, já que depois da morte de sua filha e no final de sua vida declarou-se agnóstico. Darwin teve dez filhos com sua esposa Emma. Ela era muito religiosa e acreditava ou temia (devido às afirmações científicas de seu marido...) que eles (como casal) seriam separados na eternidade – ela subiria aos céus e ele desceria ao inferno.

Recentemente, o papa Bento XVI reativou indiretamente esta discussão ao lançar um livro no qual reflete sobre o surgimento do universo e do homem. O papa diz que a teoria da evolução não pode ser provada de modo conclusivo. Ele escreve também que a forma como a vida se desenvolveu indica uma "razão divina" que não pode ser explicada apenas por métodos científicos. A verdade é que em Março de 2009, o papa permitiu uma reunião geral no Vaticano, com vários membros da Igreja Católica, bispos, cardeais, cientistas entre outros, para reestudarem as teorias de Darwin.
Desde criança Darwin colecionava: moedas, minerais, conchas marinhas, mariposas, uma variedade rara de besouros e gostava de observar os pássaros e também seus ovos. Com seu irmão (também chamado Erasmus) fizeram experiências químicas em seu laboratório caseiro. A escola onde estudava (do Dr. Butler) o aborrecia muito, principalmente as aulas de Grego e Latim, no qual se desesperava na memorização de versos nestas línguas, que como ele mesmo disse: "eram esquecidos 48 horas depois". Mas ele nunca se cansava de estudar História Natural (o que seria hoje a matéria de ciências biológicas das escolas). Como seu progresso na escola foi ruim, seu pai o transferiu para a Escócia para estudar medicina também. Mas lá também Charles Darwin não se interessou em ser médico como seu pai e seu avô. Irritado novamente, seu pai - Robert - disse: "Charles, você não se interessa por nada, a não ser caçadas, cães e capturar ratos... será uma desgraça para você mesmo e sua família..". Novamente o pai o transferiu para Universidade de Cambridge a fim de que ele estudasse para alguma carreira da Igreja. Aí ele "se deu bem", na tranquila paróquia ele continuou a estudar sua História Natural (sua verdadeira Ciência) e também muita Botânica, além de continuar sua imensa coleção de besouros. Acabou trilhando a medicina e posteriormente pastor.
Seu avô - Erasmus Darwin - era uma das maiores autoridades médicas da Inglaterra (no tempo do rei George III) e também inventor (desenvolveu um moinho de vento horizontal, no qual ao girar fornecia energia), tinha opiniões radicais contra a escravidão daquela época, era a favor da educação das mulheres (que naquela ocasião não eram "livres"...) e chegou a desenvolver textos de teoria da evolução que logicamente influenciaram mais tarde o seu neto - Charles Darwin.
Seu pai - Robert Darwin - também era médico, mais modesto que seu pai Erasmus, porém muito respeitável e digno na sociedade inglesa. Sua mãe - Susannah Wedgwood - faleceu quando Charles R. Darwin tinha 8 anos. Ela era a herdeira da famosa fábrica de cerâmica Wedgwood da Inglaterra que contribuíu para na revolução industrial britânica e européia daquela época (1700); a fábrica tinha residências para os funcionários, escola e igreja integradas a empresa da família.
Se Darwin estivesse vivo atualmente, ficaria surpreso e maravilhado em ver que o conhecimento científico atual (combate aos vírus, decodificação do DNA, análise de fósseis, clonagens, etc...) ajudou a avançar e concretizar sua Teoria da Evolução e ao mesmo tempo, inúmeros cientistas também dependeram da Teoria de Darwin para alcançar seus objetivos atuais.

Publicações: "A Origem das Espécies" em 1859 e posteriormente, escreveu outra obra: "A Descendência do Homem". Nesta, Darwin manifestou suas ideias sobre o surgimento da raça humana no planeta Terra.
Ambos os livros geraram debates e muitas controvérsias na época, contudo, hoje em dia, muitas de suas ideias são aceitas pela ciência.

O que fez: alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propôs uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural.
Na sua teoria, pequenas diferenças na descendência, tanto das plantas como dos animais, fazem com que certas espécies vivam mais tempo do que outras. No caso das que possuem vida mais longa, estas gerarão mais descendentes, e este fato permitirá o aparecimento gradual de novos tipos de variações.